Eu e minha vizinha, mas com os papéis invetidos. |
Quando a voz dela enche o condomínio tenho
vontade de atropelar os móveis e escancarar a porta só pra ver se ela olha pra
mim. Tenho de confessar que a maioria das vezes que deixo a janela do meu quarto-escritório
entreaberta, tudo que quero é ficar observando o entra e sai da casa dela. Talvez
não tenha a sorte dela perder o olhar, normalmente escondido atrás das lentes
do óculos de sol, e perceba que o bocó sentando em frente ao notebook não se
cansa de repetir em pensamento o quanto ela é linda e charmosa. Minha vizinha.
Mulher com “M” maiúsculo. Sexy. O maior dos encantos quando se lambuza na sôfrega
manhã com uma xícara de café com leite ouvindo Frejat, ou acena com os três
dedinhos da mão direita quando saio para o trabalho. Ah, se tu soubesse, talvez
toda graça desse amor deixasse de fazer sentido. Eu quero tu, ó minha vizinha,
mas quero assim, platonicamente.
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