sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Quero-te, mas, platonicamente

Eu e minha vizinha, mas com os papéis invetidos.

Quando a voz dela enche o condomínio tenho vontade de atropelar os móveis e escancarar a porta só pra ver se ela olha pra mim. Tenho de confessar que a maioria das vezes que deixo a janela do meu quarto-escritório entreaberta, tudo que quero é ficar observando o entra e sai da casa dela. Talvez não tenha a sorte dela perder o olhar, normalmente escondido atrás das lentes do óculos de sol, e perceba que o bocó sentando em frente ao notebook não se cansa de repetir em pensamento o quanto ela é linda e charmosa. Minha vizinha. Mulher com “M” maiúsculo. Sexy. O maior dos encantos quando se lambuza na sôfrega manhã com uma xícara de café com leite ouvindo Frejat, ou acena com os três dedinhos da mão direita quando saio para o trabalho. Ah, se tu soubesse, talvez toda graça desse amor deixasse de fazer sentido. Eu quero tu, ó minha vizinha, mas quero assim, platonicamente.

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