Em novembro, tudo indica e me faz crer, vou lançar
meu primeiro livro de crônicas. Aquele que espero irá abrir algumas portas e
iniciar o caminho para o segundo, terceiro, quarto livro. O segundo, aliás, já
está em fase de produção. Não será um conluio de textos, mas uma história completa.
Um romance. Se minha vontade prevalecer ele estará finalizado no período do
lançamento do primeiro. É esperar pra ver.
Abaixo, para aguçar a curiosidade de quem – por um
acaso – vier a se interessar pelo livro, alguns trechos de crônicas que farão
parte de A gaveta do alfaiate:
“Eu
não sei e justamente por não saber é que fico mais tentado a não jogar a tolha
mesmo que todos, inclusive o velho Buk, me cuspam na cara que aqueles cinco
segundos de imbecilidade foram suficientes para mudar o foco. Repito: não sei.
O que mais quero e aconselho é viver cada dia sem ter certeza do que a vida irá
me proporcionar”.
“Levantei
a sobrancelha, senti a bochecha corar, ri e por fim, deixei que eles me
escapassem da boca: meus dentes separados na frente. Meus e de mais ninguém”.
“A
ponta do dedo indicador da mão direita dói. Roí tanto a unha que consegui
machucar a carne. Está vermelho, inchado e febril meu pobre dedo. Chove. A água
que despenca dos céus, em contato com o zinco do puxadinho do 101 faz barulho.”
“Foi
aí que ela riu. Foi aí que eu devia ter aproveitado. O sorriso foi a deixa.
Estava longe quando percebi que deixara passar a chance. Já no limiar da Cristóvão
Colombo, por onde passa o Chácara das Pedras antes de subir pela Barros Cassal
para pegar a Independência, atravessava a rua e contemplava o grupo de
velhinhos que rotineiramente se empoleiravam em caixas de madeira para
conversar, sempre depois das 18h”.
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