sábado, 13 de setembro de 2014

Pequenos trechos do que guardei na gaveta



Em novembro, tudo indica e me faz crer, vou lançar meu primeiro livro de crônicas. Aquele que espero irá abrir algumas portas e iniciar o caminho para o segundo, terceiro, quarto livro. O segundo, aliás, já está em fase de produção. Não será um conluio de textos, mas uma história completa. Um romance. Se minha vontade prevalecer ele estará finalizado no período do lançamento do primeiro. É esperar pra ver.

Abaixo, para aguçar a curiosidade de quem – por um acaso – vier a se interessar pelo livro, alguns trechos de crônicas que farão parte de A gaveta do alfaiate:

“Eu não sei e justamente por não saber é que fico mais tentado a não jogar a tolha mesmo que todos, inclusive o velho Buk, me cuspam na cara que aqueles cinco segundos de imbecilidade foram suficientes para mudar o foco. Repito: não sei. O que mais quero e aconselho é viver cada dia sem ter certeza do que a vida irá me proporcionar”.

“Levantei a sobrancelha, senti a bochecha corar, ri e por fim, deixei que eles me escapassem da boca: meus dentes separados na frente. Meus e de mais ninguém”.

“A ponta do dedo indicador da mão direita dói. Roí tanto a unha que consegui machucar a carne. Está vermelho, inchado e febril meu pobre dedo. Chove. A água que despenca dos céus, em contato com o zinco do puxadinho do 101 faz barulho.”


“Foi aí que ela riu. Foi aí que eu devia ter aproveitado. O sorriso foi a deixa. Estava longe quando percebi que deixara passar a chance. Já no limiar da Cristóvão Colombo, por onde passa o Chácara das Pedras antes de subir pela Barros Cassal para pegar a Independência, atravessava a rua e contemplava o grupo de velhinhos que rotineiramente se empoleiravam em caixas de madeira para conversar, sempre depois das 18h”.

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